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Passeava pelo tempo com a despreocupação de quem tem a
vida toda. Rodopiava certezas em cantigas e sorvia a informação do mundo sem
pressa. Os dias de sol e a algazarra familiar em torno da mesa anunciavam o futuro.
Era o que bastava. Só olhar para frente. O que viesse era certo. O destino era
generoso com os justos. Nas alegrias infantis residia a força para seguir. O caminho
de pedras, quase sempre, abria suas portas bem mais tarde. Antes, era dado um
tempo para as raízes se entranharem, cravarem fundo nas paredes fortalecidas de
segurança, de respostas possíveis. Quando a tormenta chegasse, seria capaz de
suportar. Mesmo que envergasse, resistiria. Porque fora moldada num barro que
sempre resiste. Não conhecia outro jeito de ser.
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