— A senhora desculpe o mau jeito. É que não sou homem de falar muito das sentimentalidades. Também não quero parecer um flouxo. Mas é que também não acho certo uma moça, que nem a senhora, cheia de viço e que de vereda ficou viúva, ficar sozinha chorando por essa casa enorme. As noites aqui na estância são longas e frias. E uma mulher precisa de alguém para le proteger. Quer dizer, isso se a senhora quiser e sem ofender a memória do finado patrão, que Deus o tenha! Aqui os dias são longos e um home na minha idade também precisa arranjar ocupação pra cabeça e sossego pra alma. Isto, é claro, se a senhora quiser. Uma pessoa fina, com escola e delicadeza não há de querer um sujeito rude e de poucas letras como eu...
— Quero!
Ele olha pelo espelho, através da porta entreab erta do quarto simples. Pousa o aparelho com a lâmina de barbear sobre a mesinha de madeira, ao lado da bacia com água morna. O rosto todo ensaboado. Seus olhos transbordam de vida.
— Quero!
Ele olha pelo espelho, através da porta entreab erta do quarto simples. Pousa o aparelho com a lâmina de barbear sobre a mesinha de madeira, ao lado da bacia com água morna. O rosto todo ensaboado. Seus olhos transbordam de vida.
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