Uma releitura de O Pequeno Príncipe


Estou lendo O Pequeno Príncipe aos meus filhos de 7 e 5 anos. Já havia lido há zilhões de anos, no paleolítico inferior, quando era adolescente. À época gostei muito. Mas tenho certeza que dentro do meu mundinho de poucas experiências juvenis, a compreensão foi ingênua, proporcional àquela condição. Como é bom isso. Como é bom reler algo e perceber nossa própria evolução como leitor – que já devorou outras tantas obras – e como pessoa.


Leio na cama, antes de eles dormirem. Normalmente, eles adormecem durante a narrativa. Mas continuo folhando e saboreando aquele conto de fadas para adultos. Eu vejo o Pequeno Príncipe com seus cabelos amarelos revoltos balançando ao sabor do vento.

Pobre alma atormentada e solitária. Tão pequenino, tão cheio de dúvidas a perguntas sem respostas. Tão entendedor da alma adulta endurecida. Tão tocante e profundo como toda a criança.

Talvez os meus filhos não entendam nada. Não os forço a entender. Apenas leio, revigorando meu espírito. Quem sabe daqui a 20 anos eles próprios não entrarão em uma livraria para adquirir seu exemplar? O que desejo é que eles eternizem esse momento e, no futuro, também consigam ver seu cabelo dourado balançando.

O importante é que eles nunca percam o Pequeno Príncipe que trazem dentro de si. Tenho tentado, inquietamente, resgatar o meu.


Comentários

Cumadia disse…
Eu estou tentando resgatar a Pollyana que vivia dentro de mim, mas acho que ela também virou gente grande e não acha mais que o mundo é cor-de-rosa!!
Sardas disse…
Tu não vai colocar os teus seguidores??? Vai lá no meu e te cadastra como minha seguidora, preciso ter pelo menos uma, né??? O Vlad disse que adoraria ser, mas o tanço não tem blog, então...
Beijos
P.
Anônimo disse…
Se quiser, tenho o livro em francês... já ensina as crianças na mais bela de todas as línguas...

Thiago
marilia disse…
Pois é. De vez em quando leio partes do Pequeno Príncipe, bem a conta gotas... É mesmo muito interessante a diferença de "leituras" que o tempo causa.

Abração