Indignação perene

Levei mais de uma hora para percorrer cerca 40 quilômetros de casa até Porto Alegre hoje pela manhã. A BR 116 está um caos. O negócio é ligar o piloto automático e relaxar. Fechar os olhos para os apressadinhos; aqueles que não te dão espaço, te fecham; aqueles que ficam trocando de pista alucinadamente achando que fizeram o maior negócio do mundo por ter passado um carro; os motoqueiros pela direita e pela esquerda, como uma praga. Buzinas, luzes, xingamentos. Segunda de manhã e todos já estão a ponto de se matar. E para completar, poluição a níveis assustadores. Já estou pensando em horário alternativo de trabalho, para escapar. É mais fácil que me indignar e me mobilizar. É particular, só depende de mim. Mas poderia ser diferente. Está vindo aí uma nova carga tributária, proposta pelo governo do Estado. Telefone, luz, água, combustível, ou seja, tudo vai ter o preço aumentado. E nós, o que faremos a respeito, mesmo? Ora, vamos pagar, claro. Enquanto isso, a BR 116 vai sendo engolida, o fruto do nosso trabalho vai sendo engolido, nós vamos sendo engolidos.